quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Festa das Colheitas - balanço: Ruralidade, o antídoto para a crise (60 mil visitantes)


Vinte e dois anos após a primeira edição, a Festa das Colheitas de Vila Verde assinalou em 2013 uma das melhores edições de sempre, segundo a organização, o Município de Vila Verde. Ao longo dos quatro dias do certame deram entrada no recinto da Feira Mostra de Produtos Regionais cerca de 60 mil visitantes, mas o maior destaque desta Festa foi a notabilidade das suas iniciativas e expositores, e o mediatismo que esta 22ª edição alcançou, chegando a milhares de pessoas por todo o mundo!

“Esta foi uma edição marcante, uma homenagem digna ao mundo rural em todas as suas vertentes, mas em especial à da alegria e do festejo coletivo”, declarou satisfeito o presidente da Câmara Municipal, António Vilela, recordando outra edição memorável: “Julgo que só 2005 marcou desta forma Vila Verde, pelo recorde do Guiness, e que ainda hoje perdura, da maior concentração de concertinas do mundo”.


A comparação é justificada pelo forte fim de semana do evento. Domingo foi o ponto alto, com uma enchente nunca antes vista na história recente do concelho: 30 mil pessoas circularam de tarde entre a Praça de Santo António e o recinto no Campo da Feira, um número impressionante, a que se juntam os assombrosos 900 mil telespectadores da TVI, segundo dados da estação televisiva, que acompanharam a emissão do programa Somos Portugal, das 14:00 às 20:00.

O encontro de concertinas continua a ser o ponto alto, contando com a adesão fiel de tocadores, familiares, amigos e fãs deste instrumento musical. Foram 34 grupos subiram ao palco, numa maratona que se prolongou desde antes das 14:00 até à hora de jantar.

A isto, juntaram-se os apreciadores da substancial e rica gastronomia minhota, dos petiscos, doces e fumeiros, e dos vinhos verdes da região, mantendo a tenda da gastronomia permanentemente lotada, a ponto de vários petiscos terem esgotado!

Os apontamentos de reportagem em direto do programa da TVI, através da apresentadora Mónica Jardim e do carismático Manuel Luís Goucha, foram outros dos atrativos extra do certame, gerando uma eufórica movimentação de visitantes um pouco por todo o recinto da Feira. Na Praça de Santo António permaneceram fiéis milhares de espectadores a presenciarem, até à hora de jantar, a maratona musical conduzida pela apresentadora Cristina Ferreira.


Festa anticrise

Apesar de ter-se notado uma quebra de visitantes nos dois primeiros dias, o Município de Vila Verde considera esta XXIIª Feira Mostra de Produtos Regionais uma das melhores de sempre por várias razões: registou uma evolução assinalável na qualidade do programa proposto e na gestão dos espaços do recinto, apresentou uma maior variedade e segmentação de produtos expostos e melhores condições para a mais de centena e meia de expositores e para os milhares de visitantes que a feira recebeu nos quatro dias.

“Este ano não nos importamos apenas em melhorar os números, mas também em melhorar qualitativamente o evento, tornando-o um dos maiores e melhores do país dedicado ao universo rural”, referiu Júlia Fernandes, vereadora da Educação, Cultura e Ação Social do município de Vila Verde, no rescaldo da Festa. “O feedback que obtivemos dos expositores e empresas presentes foi extremamente positivo, o que nos deixa um sentimento de satisfação e a vontade de dar continuidade a esta aposta”, acrescentou a vereadora.

Júlia Fernandes realça a importância de contornar a crise positivamente: “Em tempo difíceis como os que atravessamos é realmente importante proporcionar momentos de festa e alegria, perpetuando e promovendo o que é autêntico e nosso. E este ano tivemos a sorte de poder mostrar ao mundo as verdadeiras riquezas de Vila Verde em termos de gastronomia, dos vinhos, da agricultura, do artesanato, da pecuária, e do talento e criatividade dos nossos empresários e gentes, através das câmaras, não só da TVI, como da RTP, SIC e até da vizinha Espanha”.

A aposta nas iniciativas mais queridas do público, como as práticas agrícolas e as iniciativas associadas à gastronomia, aliadas às novidades que passaram pelo intensificar da promoção dos produtos e potencialidades locais foram a chave do sucesso, o que gerou um extraordinário fluxo de negócios.
A par disto, o mediatismo desta edição contribuiu sobremaneira para um evento histórico.


Momentos marcantes

Vila Verde não entrou no Guiness Book, mas foi notícia pela iniciativa inédita da concentração de chapéus originais que realizou na tarde de sábado, 5 de outubro. 302 chapéus inscritos não foram suficientes para bater o recorde, estabelecido em 372, há mais de um ano, numa escola britânica.

Chapéus vindos de Viana do Castelo, Porto, Lamego, e de latitudes mais longínquas como Alemanha, Paraguai e México, destacaram-se. Outros, por serem feitos de cortiça, estarem decorados com frutos, legumes e sementes, rendas e vários tipos de papel e tecidos. Mais ou menos adornados, com passarinhos, galhos de árvore, bordados ou criados de raíz, esta iniciativa da AMUTER e do Município de Vila Verde contou ainda com a colaboração da Companhia de Dança 77, que protagonizou apontamentos de dança e um flashmob em pleno recinto.

A doçaria foi outro dos temas em destaque nesta Festa das Colheitas, com a realização da primeira Mostra Doces: Sabores da Nossa Terra, que contou om a participação de cinco pastelarias (Babá, Luena, daVila, Cristo Rei e S. Salvador), uma marca de doces (Chocolate com Pimenta) e uma Escola Profissional (EPATV).

Todas elas a trabalhar a partir de Vila Verde, o desafio foi apresentar propostas originais com produtos produzidos na região. Resultaram doces tentadores como um irreverente semi-frio de Melão Casca de Carvalho; um pastel artesanal de mirtilo, pela pastelaria daVila; Amor de Chila, pela Pastelaria Luena, uma variedade de Bolos Rei, a especialidade da Cristo Rei, um novo bombom com creme de Queijo da Serra, pela Chocolate com Pimenta, e uma marmelada com… amores-perfeitos, da EPATV, entre muitas outras novidades.

O sucesso desta iniciativa faz prever que no próximo ano a mesma seja proposta como um concurso, com a composição de um júri, e uma gama de produtos alargada, desafiando mais uma vez a participação de todos os pasteleiros de Vila Verde a mostrarem o que valem.

“Há 22 anos criámos esta Festa das Colheitas. A primeira edição aconteceu na Praça de Santo António. Era uma pequena feira e por isso demos o nome de Feira Mostra de Produtos Regionais”, lembra António Vilela, um dos fundadores deste evento. “Hoje é com alegria que registamos que, em tempos de crise, a agricultura é encarada como um dos motores para ‘salvar’ a economia do país, e a ruralidade, é encarada como exemplo de um estilo de vida saudável, que muitos jovens optam por seguir. Acreditamos e apostamos neste evento e nunca dele desistimos, melhorando a cada edição, e hoje a Festa das Colheitas é provavelmente o maior certame dedicado à ruralidade e um dos motores turísticos da região, como se comprovou pela adesão popular e dos meios mediáticos da comunicação social presentes ao longo destes quatro dias”.

António Vilela vai mais longe e refere: “No próximo ano já poderemos estar a promover esta Festa das Colheitas com um selo de distinção superior, certificado pelo Turismo de Portugal como ‘Evento de Interesse para o Turismo’. Isto é a prova de que a nossa aposta, ao longo destes 22 anos, tem sido acertada”.

Sem comentários:

Enviar um comentário