Vila Verde acordou hoje, 04 de outubro, para receber de
braços abertos um dos maiores eventos nacionais de promoção das virtudes do
mundo rural e dos saberes e sabores da tradição minhota. A Festa das Colheitas –
XXV Feira Mostra de Produtos Regionais abriu as portas ao público para seis
dias consecutivos de celebração do legado cultural do Minho. A excelência da
cozinha regional, os produtos do campo, a criatividade do artesanato, as recriações
de práticas agrícolas e os espetáculos de música ao vivo, entre muitos outros, compõem
um cartaz amplo e diversificado que anualmente atrai largos de milhares de
visitantes a Vila Verde. Mais de 50 motivos (iniciativas) de interesse, que
convidam a visitar e a ficar por Vila Verde, já que por esta altura diversos
espaços de alojamento brindam os visitantes com promoções bastante atrativas.
A sessão de inauguração e abertura oficial da edição de 2016
da Festa das Colheitas decorreu durante a manhã de hoje. A Tuna do Município de
Vila Verde abriu as hostilidades com uma atuação de grande qualidade e voltou
atuar no encerramento da sessão para cantar os parabéns à festa pela comemoração
do 25º aniversário. De seguida partiu-se o bolo, produzido pela Chocolataria
Artesanal – Chocolate com Pimenta, que foi acompanhado pela cerveja
vilaverdense Letra. Presente na sessão, o presidente do Município de Vila
Verde, António Vilela, está ligado à iniciativa desde a primeira edição, que
decorreu na Escola Secundária de Vila Verde, numa altura em que o edil exercia
funções de direção no estabelecimento de ensino. Um pequeno passo que foi o
motor de uma longa caminhada caminhada que hoje consolida a Festa das Colheitas
como “um dos maiores eventos do concelho e da região, com características nacionais
e internacionais, que cresceu devido à agregação de vontades de muitas pessoas
que encetaram esforços conjuntos para engrandecer esta festa, que se tornou um
hino ao mundo rural”.
Em direto de Vila
Verde para todo o mundo
António Vilela não escondeu a satisfação pelo regresso do
programa ‘Somos Portugal’, da TVI, que volta a Vila Verde para uma emissão de
seis horas em direto, que vai levar o talento vilaverdense e a genuinidade da
tradição minhota aos quatro cantos do planeta. O edil prosseguiu vincando que
já se bateram dois recordes do Guiness World Book of Records (maior encontro de
tocadores de concertina e maior encontro de pessoas com chapéus personalizados)
na Festa das Colheitas, o que atesta de forma categórica a dinâmica
impressionante e a envolvência popular no evento. Este ano, Vila Verde não se
candidatou a qualquer recorde, mas as coisas estão bem encaminhadas para que a iniciativa
receba um evento sem paralelo em todo o país, uma vez que já há mais de 500
artistas inscritos no encontro nacional de tocadores de cavaquinho que ser
realiza amanhã, 05 de outubro, durante todo o dia.
Município oferece
benefícios fiscais para promover o mundo rural
O presidente relembrou que a estratégia de valorização da
ruralidade não se resume a palavras e o executivo muito tem contribuído para o
impulsionamento do setor agrícola no concelho, com inúmeras medidas, com destaque
para a isenção de taxas municipais a todas as construções na agricultura e
atividades complementares. António Vilela falou de um concelho que se orgulha
das suas raízes e explora as potencialidades endógenas para potenciar e
promover o território. Neste âmbito, foram também atribuídos pelo Município benefícios
fiscais ao setor do turismo, com isenção de taxas municipais nas construções
turísticas. Uma estratégia de desenvolvimento da economia local que poderá
sofrer um árduo revés se o Governo concretizar as medidas que tem em carteira. “Fiquei
extremamente preocupado no último fim de semana, quando li no Expresso que o
atual Governo se prepara para aumentar o IVA dos espaços de alojamento de 5%
para 28%, o que vai desvalorizar os nossos territórios e promover a
desertificação do mundo rural. Teremos que tomar medidas muito sérias para que esta
medida não se concretize, é um atentado à atividade turística”, afirmou.
Iniciativas para
impulsionar a economia local
O responsável máximo pela ATAHCA (Associação de Desenvolvimento
das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave), José Mota Alves, também manifestou o
seu regozijo pelo crescimento exponencial de uma iniciativa que “começou com 12
stands” e conta hoje com perto de centena e meia de expositores. José Mota
Alves prosseguiu elogiando a iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Vila
Verde pela dinâmica que imprime num território com imenso potencial de
crescimento com projetos agrícolas reconhecidos a nível nacional, projetos de
valor, uma população hospitaleiras, cidadãos capazes e instituições forte. “A Rota
e a Festa das Colheitas ajudam a promover Vila Verde e toda a região do Cávado,
a divulgar os produtos e a impulsionar a economia local. Provam que existem no
Minho concelhos com dinâmica para contrariar o desânimo que se instalou. É importante
a ajuda de todos para que os 25 anos da Festa sejam motor para muitas outras iniciativas”,
referiu.
A união faz a força
José Mota Alves frisou ainda que, por vezes, é necessário
abandonar hábitos antigos para desbravar novos caminhos. “Todos somos
necessários para vencer o desafio do desenvolvimento rural sustentado. Há
necessidade de abandonar a tradição cultural que nos remete para o
individualismo. Partilhar mais, trabalhar em grupo e pensar o território em
conjunto para se valorizar os interesses coletivos em detrimento dos
individuais ”, referiu, acrescentando que “a agricultura deve produzir a pensar
na exportação, acrescentar valor ao produto agrícola, aumentar os proveitos de
quem trabalha a terra e nela vê um meio para gerar riqueza, garantindo
condições de rentabilidade semelhantes aos de qualquer outra iniciativa
empresarial”.
O que é nacional é
bom!
O presidente da ATAHCA concluiu apontando o dedo ao poder
central. “Um país onde o desenvolvimento rural é tema de campanhas políticas
nacionais, a intervenção fica muito aquém do esperado e necessário. É preciso
apoiar a agricultura, as empresas de iniciativa privada, a pequena economia
local… Caso contrário o mudo rural continuará a padecer de forte despovoamento
e desertificação. O melhor meio é encorajar todos os produtores e consumidores
a optarem pelo que é português, criar leis para dar prioridade ao que é
produzido em Portugal. Muito há para ser feito, caso contrário o mundo rural
vai continuar a definhar”, disse.
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