terça-feira, 13 de outubro de 2015

Recriação de Desfolhada Minhota fez Vila Verde viajar no tempo


A recriação de uma desfolhada minhota tradicional foi o grande atrativo do programa de ontem (12 de outubro) da Festa das Colheitas, organizada pelo Município de Vila Verde. No recinto, a sensação era de que se tinha sido transportado para outra era, como se num passo de mágica Vila Verde tivesse viajado no tempo recuando várias décadas. As juntas de bois carregaram as canas milho até ao local da desfolhada, seguidas por homens e mulheres trajados a rigor, que entoavam cantigas populares ao som de concertinas. Na eira improvisada as espigas de milho eram separadas das canas com a força dos braços, ao ritmo dos tocadores que alegravam a noite.

 Nenhum pormenor foi deixado ao acaso. A indumentária, as cantigas populares, a meda de canas de milho, os caretos com as suas travessuras e uma merenda abastada (como manda a boa moda minhota) que foi partilhada com todos os presentes. Uma viagem pelas raízes do concelho de Vila Verde, em que destoavam apenas os smart phones e as máquinas fotográficas das largas dezenas de visitantes que não quiseram (e bem) perder a oportunidade de imortalizar estes momentos em fotografia e vídeo. Como tem sido apanágio na edição de 2015 da Festa das Colheitas, a música também assumiu protagonismo durante o serão, com o Rancho Folclórico de Aboim da Nóbrega a abrilhantar a Desfolhada Minhota. De seguida, foi tempo de subir ao palco o grupo ‘4 Ventos’, que encerrou as hostes com um espetáculo de grande qualidade.

Honrar a tradição e promover o turismo
“Com a recriação de práticas agrícolas ancestrais, cumpre-se um dos grandes objetivos da Festa das Colheitas. Estas atividades têm uma função pedagógica, uma vez que ensinamos aos mais novos os nossos costumes e tradição. Em simultâneo, garantem a todos os que nos visitam o contacto direto com estas práticas agrícolas, bem como a oportunidade de participar e viver experiências únicas”, afirmou a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Vila Verde. Júlia Rodrigues Fernandes prosseguiu elogiando o empenho e rigor demonstrados pela Associação de Folclore do Concelho de Vila Verde na preparação de uma “encenação excecional”, numa “homenagem sentida às colheitas, às nossas raízes e a todos os que fizeram Vila Verde crescer”.
Este tipo de iniciativas apresenta um potencial enorme na promoção turística do concelho. “A valorização da tradição permite-nos proporcionar aos que aos turistas e curiosos momentos únicos, de emoção, partilha e confraternização. “As pessoas dançam e interagem com quem nos visita. Os visitantes podem participar e vivenciar novas experiências. Até a merenda foi partilhada com toda a plateia. São momentos únicos e de grande partilha entre quem nos visita e os vilaverdenses que dão corpo a esta encenação”, conclui a vereadora da Cultura.

Hoje é Dia do Linho

Hoje as atividades prosseguem com mais um autêntico hino à cultura minhota. Os visitantes têm hoje uma excelente oportunidade para conhecer todo o ciclo do linho, da sementeira à colheita, passando ainda pelo processo que o transforma em material de belos bordados minhotos. A recriação rigorosa desta prática agrícola ancestral está cargo da ARC Marrancos. Nada é deixado ao acaso, os trajes, as alfaias e até as cantigas de outros tempos vão levar os visitantes em mais uma autêntica viagem no tempo até às raízes da cultura minhota. A música popular também assume lugar de grande destaque, com os ‘Amigos da Concertina de Vila Verde’ a garantirem a animação musical.

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